terça-feira, 25 de outubro de 2011

À espera




"E então ela esperou por ele. Deitada no leito, sentiu o sol acariciar-lhe os ombros, sentiu a brisa que entrava pela janela. Esperava. Por ele. Embalada pelas batidas do seu próprio coração se deixou estar. O Sol sucedeu á Lua. A penumbra do quarto reflectia pequenos raios de luz que pincelavam o tecto de suaves contornos. Continuava ali. Sabia que ele viria. Estava a demorar não estava? E se ele não viesse? Na insensatez do momento em que a sua imaturidade a fizera largar tudo para o surpreender não pensara nas consequências. Agora que a escuridão a envolvia, sentia um pequeno arrependimento levantar o véu para entrar no seu coração. Estremeceu. Ouviu passos na escada. Aconchegou-se ainda mais no leito, encolhendo-se, parecendo quase invísivel. E esperou."

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